quinta-feira, 28 de junho de 2012

O surpreendente Campo de’ Fiori

Era meu segundo dia naquela cidade tão rica, histórica e culturalmente. Gastronomicamente então, nem se fala. Então saímos para descobrir a cidade. A primeira praça pela qual passamos foi a Piazza Farnese na qual se destaca o Palazzo Farnese, atual Embaixada Francesa. O local que é fechado ao público, foi terminado por Michelangelo após a morte do primeiro construtor que a projetou para Alessandro Farnese, nomeado Papa Paulo III, em 1534.  
Perto da praça andando pelas ruazinhas estreitas de Roma, Sara seguia o mapa e eu apenas observada as peculiaridades dos locais por onde passávamos, até que chegamos a uma praça onde ocorria um mercadão a céu aberto, uma espécie de feira, uma das maiores da cidade, estávamos no Campo de’ Fiori, Campo das Flores ou também Mercado das Flores, em uma tradução livre, foi um dos lugares mais surpreendentes que conheci. Haviam inúmeras frutas, verduras, legumes e principalmente flores dos produtores locais, mas o que realmente me surpreendeu foram as pastas... Fiquei impressionada, nunca havia imaginado, muito menos visto tamanha variedade, havia macarrão de tudo quanto é jeito, inúmeras cores e formatos. Sabe mulher (bom, a maioria delas pelo menos) em dia de liquidação, em loja de sapato, com crédito ilimitado no cartão? Então, a sensação que tive não passou nem perto, eu fechava os olhos e conseguia imaginar um a um quentinho e prontinho para degustação, a dúvida foi gigantesca, mas depois de observá-los bem, ler rótulos (ler aquilo que eu entendia de italiano... na verdade quase nada) e pensar um pouquinho nos molhos que prepararia e com os quais tipos combinariam, consegui escolher três pacotes... rsrs


Tendo me acalmado pós-agitação pelo macarrão, Sara explicou-me um pouquinho mais sobre o Campo de’ Fiori, que desde a época medieval já era um dos locais mais animados de Roma, apesar das inúmeras execuções que ocorreram por lá. Uma estátua do teólogo e filósofo Giordano Bruno fica bem no meio da praça para nos lembrar de uma das execuções mais famosa que ocorreu na Santa Inquisição, a execução de 17 de fevereiro de 1600 devido à crença do filósofo em um universo infinito no qual haveria vida inteligente como na Terra, além de se recusar a negar a Teoria de Kepler de que a Terra girava em torno do Sol, na qual ele também acreditava.


Sara explicou-me tudo em inglês e ficou tão orgulhosa dela mesma, já que inglês e filosofia nunca haviam sido uma paixão, que enviou um cartão postal ao pai, professor de história e filosofia, contando que quando no Campo de’ Fiori havia explicado filosofia em inglês, a uma brasileira. A riqueza dos detalhes e a pesquisa feita por ela para que aquela estátua em meio a uma praça, a única Praça em Roma que não possui uma igreja, deixou-me muito feliz porque foi essa a principal riqueza que adquiri com a viagem, todo o conhecimento que absorvi.

Espero que tenham apreciado a leitura!! =)

Até o próximo post!
Saúde, sucesso e sorrisos =)
Gabi

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Degustando a Itália – Pasta ao Pesto.

Em meu primeiro dia na Itália eu poderia ter deixado de fazer de tudo, menos comer bem... Minha boca enche d’água só de lembrar. Bom, minha amiga contou ao zio (tio em italiano, acho mais bonitinho... rs) dela sobre o meu sonho e a minha paixão pela gastronomia... Logo, entrei em época de engorda! Rsrs. Voltando da missa de Corpus Christi o Gaetano nos preparou uma Pasta ao Pesto que foi simplesmente uma das melhores massas que eu já comi na minha vida.


Quando eu olhei para o prato e vi tudo verdinho eu não imaginei que fosse tão maravilhoso, a Sara me disse que os restaurantes e os ocidentais geralmente o servem só a massa e o creme pesto, mas que a receita tradicional italiana leva ainda batata e vagem conforme a preparada pelo Gaetano. Amei.

Os interessados em testar segue a receita de Olivier Anquier...
Pasta ao pesto
Ingredientes:

• 3 dentes de alho
• 10 folhas de manjericão
• 100 g de pinhões
• 200 ml de azeite
• 250 g de tagliatelle seco
• 50 g de queijo italiano pecorino sardo 

• 50 g de queijo parmesão
Prepare assim:

• Cozinhe o tagliatelle em água fervente, por cerca de 8 minutos. Passe-o em água fria;
• Em um almofariz, amasse os pinhões e os dentes de alho e coloque tudo em uma tigela;
• Pique as folhas de manjericão e adicione-as ao preparado da tigela. Acrescente o azeite e amasse muito bem todos os ingredientes com o pilão. Ao final, rale os queijos e junte-os na tigela;
• Em uma frigideira, coloque um pouco da água da cozedura da massa e junte o pesto da tigela. Misture bem;
• Sirva a pasta com o molho pesto.
 
Creio que cabe explicar que o almofariz serve para moer grãos, é uma espécie de pilão. Agora caso queirão  provar a Pasta ao Pesto, na versão que comi na Itália... Em uma panela com água quente despeje a vagem, a batata e o macarrão. Cozinhe tudo junto!

A pasta ao pesto foi o prato principal daquela noite mas de entrada tivemos salada caprese, típica italiana, feita de mussarela, tomate e manjericão, além da salada de alface. Quanto às bebidas, para quem saiu do Brasil sem nunca ter tomado vinho branco... em um único jantar tomei prosecco di valdobbiadene; limoncello, que eu adorei; licor de mirto; slivovitz di cabria, o famoso e fortíssimo brandy e grappa. Não sei como ainda dei conta de pensar em português, falar em inglês e ainda prestar atenção na conversa da Sara e do Gaetano em italiano, rsrs mas eu adorei. 

Aquele primeiro dia na Itália foi realmente um dos melhores em minha vida, não há como relembrá-lo sem a Pasta ao pesto e o limoncello é claro, rs. Muito menos como degustar uma pasta ao pesto sem lembrar-me desse dia tão especial em minha vida.

E você, caro leitor, que lembrança te traz um prato e que prato lhe traz aqueeeela lembrança?
Aquela água na boca e sensação de novamente estar lá?

Espero que tenham degustado a leitura e pasta ao pesto =)

Até o próximo post!
Saúde, sucesso e sorrisos =)
Gabi

quinta-feira, 21 de junho de 2012

A Missa de Corpus Christi.

Que cristão não gostaria de participar da missa de Corpus Christi, a festa do sacramento da Eucaristia, celebrada pelo Papa Bento XVI em Roma? Creio que não encontrarei unzinho para contar história. O que parecia um sonho inalcançável tornou-se realidade.

Era 23 de junho de 2010, quinta-feira, feriado brasileiro, porém não italiano, meu primeiro dia na Europa, na Itália, em Roma e assistindo a missa de Corpus Christi que aconteceu na Basilica di San Giovanni in Laterano, ou Basílica de São João de Latrão. A missa não é aberta para a população inteira participam apenas o alto clero convidado, cardeais, patriarcas, arcebispos e bispos. A Basílica localizada na Piazza di San Giovanni in Laterano, foi fundada pelo imperador Constantino no século quatro, reformada diversas vezes e tendo sido usada até como residência oficial do papa, isso em 1309. Ela é enorme, tanto internamente quanto em relação à sua altura, muito bonita, contendo muitas estátuas e pinturas de afresco como decoração. O altar papal é um baldaquino gótico que assim como a maioria dos baldaquinos italianos possui uma riqueza de detalhes impressionante.
A missa foi toda celebrada em italiano, claro. Mas, o idioma não é tão difícil de compreender, até porque a missa segue a mesma sequência, então para quem acompanha a missa aqui no Brasil, acompanha nos demais países do mundo também.

A praça estava cheio de fiéis, religiosos, cristãos, turistas e curiosos, mas estava tudo muito lindo. Montaram alguns telões do lado de fora da igreja para que acompanhássemos à missa, distribuíram velas e no momento da Eucaristia nos aproximamos da área limitada para recebermos o corpo de cristo. A duração foi de 2hs, terminando às 21h antes mesmo do por do sol, ah o verão europeu e suas vantagens. Alguns anos atrás eu se quer imaginava que um dia daria início a esse maravilhoso sonho de viajar por diversos países do mundo, e lá estava eu, feliz da vida em outro continente.


Ao final da missa o Papa foi acomodado em seu Papamóvel e calmamente aguardou que todos os convidados esvaziassem a igreja, depois seguiu em procissão pelas ruas de Roma, após acompanhar a missa pelo telão lá estava nossa Santidade sentadinha aguardando, que emoção, eu não pude chegar mais perto ou tocá-lo mas eu sentia uma paz e uma felicidade tão grande que eu já não sabia mais se ela vinha realmente de mim... Amei e super recomendo... Ao pisar em Roma agradeça a Deus e à vossa santidade pela oportunidade.
Até o próximo post.
Saúde, sucesso e sorrisos =)
Gabi 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Un po l’Italia.

Um pouco da Itália... O país da bota é uma caixinha de surpresa para qualquer viajante. Apesar de ser unificada politicamente preservou a individualidade cultural de cada região, o que explica a variedade de dialetos, a diversidade gastronômica e a infinidade artística a ser explorada.

Localizada no continente europeu, com 58 milhões de habitantes que ocupam uma área de 116320 km², contando as ilhas de Sicília, Sardenha e a capital católica, Cidade do Vaticano, em suas 20 regiões encontra-se uma Itália predominantemente católica com santos e símbolos muito presentes em sua arte.

Independente se o seu gosto é maior pela história, pelo romance, pelas paisagens, pela comida, pela moda ou pelo desenvolvido no design do país, a Itália tem o poder de agradar a cada um.
A Arquitetura italiana possui quase 3000 anos de influências e história, passando desde a arquitetura clássica observada no Arco de Constantino em Roma até a Mole Antonelliana em Turim, representando a arquitetura do século XIX.



Quando o assunto é música a Ópera em destaque desde o século 17 é representada por grandes nomes como Antonio Vivaldi, Guiseppe Verdi e Luciano Pavarotti, além dos cantores de música popular italiana como Laura Pausini e Tiziano Ferro.


Grandes cientistas, inventores, exploradores e escritores italianos fizeram história e ficaram conhecidos no mundo inteiro como Galileu, que buscou redescobrir o universo; Cristóvão Colombo, que apesar de ter saído da Espanha rumo às “Índias”, nasceu em Gênova na Itália; Enrico Fermi, físico responsável pela primeira reação nuclear em cadeia controlada; Marco Polo; Arquimedes; Leonardo da Vinci; Américo Vespúcio; Carlo Collodi, escritor de Pinóquio; Umberto Eco, escritor de O Nome da Rosa entre outros.

O design italiano foi muito bem-sucedido ao aplicar a modernidade a objetos do dia a dia que vão desde talheres, utensílios de cozinha, como a cafeteira Moka que criada em 1930 e sinônimo de sucesso ainda hoje, passando por móveis, pelas massas até os automóveis Pininfarina da Ferrari e Fiat 500.


Não poderia deixar de mencionar a moda italiana tendo Milão como capital mundial e as marcas Giorgio Armani, famosa pela adaptação de itens clássicos ao moderno e elegante; Prada, com seu design minimalista; Dolce & Gabbana, com o seu glamour e Gucci, com sua elegância, além de regiões como Florença que são famosas pela produção artesanal de acessórios da moda, como bolsas, sapatos e jóias.


E a gastronomia? Bom, como li em um livro uma vez, sobre a gastronomia italiana poderia escrever-se um tratado. Entre massas, risotos e sorvetes. O país também é famosos por seus queijos, como parmigiano reggiano e o pecorino romano, por seus vinhos e vinícolas, pelos embutidos como o presunto de Parma, pelos azeites e manteigas e principalmente pelo ritual que é uma refeição na Itália, é mais do que simplesmente alimentar o corpo, é alimentar a alma, é um momento de união, apreciação e partilha.


Bem-vindo a esse país encantador. Aprecie e até o próximo post.

Saúde, sucesso e sorrisos =D
Gabi

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Como fui parar na Itália.

Sabe aquele ditado popular “Quem tem boca vai a Roma” que embora utilizado na linguagem coloquial o correto seria “Quem tem boca vaia Roma”? Então, de acordo com a expressão coloquial eu poderia afirmar que foi exatamente assim que aconteceu comigo, me convidei para ir à Itália. (Calma, eu explico daqui a pouquinho!) Da mesma forma que digo que quem conheceu a Roma que eu conheci jamais a vaiaria.
Era dezembro de 2010 e já haviam se passado quase seis meses desde o intercâmbio onde conheci a Sara, que assim como a Bel estudou comigo, ela se mostrou uma italiana muito simpática, então desde que voltei para o Brasil mantivemos contato via internet e em uma de nossas inúmeras conversas ela comentou que quando eu fosse a Europa não poderia deixar de ir visitá-la, pois ela me apresentaria ao País da Bota. E eu mais que depressa me ofereci para ir.

Graças a Deus ela adorou a ideia e pediu aos pais dela (considerando nossos quatro anos de diferença, o fato de ninguém da família dela me conhecer e eu não falar italiano, era necessário avaliar direitinho à situação) que enviaram uma ‘pequena’ listinha com aproximadamente 13 (sorte ou azar?) recomendações, das quais me lembro de apenas algumas:

   Se for sair à noite deve voltar antes das duas da manhã; Caso fume, deverá fumar fora de casa; Deverá cuidar do seu quarto, limpar e organizá-lo, deve ter a noção de que não está em um hotel; Deverá auxiliar nas atividades da casa; E etc e etc.

Havíamos estudado juntas três semanas em outro país, tempo insuficiente para se afirmar conhecer alguém. Ainda bem que apesar das regras eles gostaram da ideia de receber uma pessoa de outro país na casa deles. (Providência de Deus)
Sendo assim, comprei um guia da Itália o mais rápido possível e escolhi simplesmente 12 cidades italianas, as quais eu gostaria de visitar nos 27 dias que por lá eu estaria. Eu não estava querendo mais nada de uma estudante italiana de 18 anos não é?! Fazê-la viajar pelo país com que dinheiro? Porque o meu eu não havia nem começado a juntar e a resposta dela não poderia ser melhor... IMPOSSÍVEL, MAS podemos tentar. Meus olhos brilharam ao ler aquele e-mail, negociei minhas férias, comprei as passagens e a partir de então enquanto eu trabalhava e estudava aguardando ansiosamente pelo final do primeiro semestre de 2011, Sara estudava e programava nossa viagem. Ela disse ter um zio (Não. Não, escrevi errado. Zio é tio em italiano) que mora em Roma e perguntou a ele se poderia passar uma semana por lá para eu conhecer a cidade eterna. A resposta dele não poderia ser melhor:
– Uma semana não é suficiente para conhecer Roma, vocês não poderiam ficar uns 10 dias por aqui?
E assim foi.

Depois escolhemos algumas cidades que visitaríamos na Toscana, subindo pela bota de Roma a Monza, cidade onde Sara mora. Ela cotou três hotéis em cada uma das cidades escolhidas, os comparamos e escolhemos o que mais nos agradou. As passagens de trem de uma cidade para outra, assim como os tickets dos museus foram todos providenciados com antecedência.
Brasileiro não necessita de visto para entrar na Itália, eles apenas verificam seus dados no passaporte para confirmar sua ‘procedência’ e dão uma olhadinha por onde você tem andando (risos). Então, estando seu passaporte dentro do prazo de validade e com mais de seis meses de vigência ainda válidos... Contagem regressiva e Bon Viaggio!
Obrigada pela visita... Acompanhe mais da Itália e dessa incrível viagem no próximo post.

Até lá.
Saúde, sucesso e sorrisos =)
Gabi 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A verdadeira arte de Viajar.

"A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali…
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!"

Mário Quintana

Viajar é uma experiência inesquecível e uma eterna descoberta de nós mesmos. Lindas palavras de Quintana. Devemos sair às ruas prontos a receber o novo, nos encantar com o belo e nos apegar a detalhes. Não tenho a pretensão de ser mais um guia de viagens e sim, apenas registrar minhas impressões sobre aquilo que vivi. Bom, muitos devem estar se perguntando por que é que estou a escrever-lhes sobre viagens quando muitos dos que me conhecem a pouco tempo ou de longa data sabem quão grande é a minha paixão por Gastronomia. Então, vamos às explicações...

Português nunca foi a minha matéria predileta em nenhum de todos esses anos estudando, sempre gostei de biologia e um pouco de geografia (embora meu senso de direção não seja um dos melhores). No entanto, sempre escrevi, embora possa ser considerada uma tagarela nata, escrever ainda é a melhor forma de expressar e quem sabe até, tentar traduzir sentimentos e sensações, sou daquelas que mantinha diários trancados a sete chaves, daquelas que quando com muita raiva chorava, chorava, chorava, depois de calma escrevia, cortava o papel em pedacinhos e pronto... passava, sou daquelas que não pode entrar em uma papelaria, que passa horas em uma livraria, que gosta de pesquisar, que adora novidades, que conta histórias, que lê blogs, que envia postais e ainda escreve cartas. Escrever um blog pode não parecer, mas é uma iniciativa e tanto, tenho procrastinado a um tempinho e trocar o papel pelo teclado soa até estranho, mas a adaptação virá com o tempo.

Sou uma pessoa apaixonada por muitas coisas nessa vida, basicamente por tudo que possui o poder de transformar-me em uma pessoa melhor, assim como viajar. Era 2010 e eu terminei um namoro de um pouco mais de 2 anos e meio de muito amor, muitas felicidades e muita dedicação, sempre me dediquei muito a qualquer coisa em que eu realmente acreditasse e de que realmente gostasse, mas sabe aquela história de que o amor nem sempre é suficiente? Então, não queríamos a mesma coisa para nossas vidas e foi bom enquanto durou... aprendi e cresci bastante, mas aquele ditado de que as pessoas permanecem em nossas vidas tempo suficiente para que possam realizar em nós a mudança de que precisamos e depois partem... esse ditado só faz sentido quando paramos de sofrer e passamos a enchergar o que de bom o relacionamento nos trouxe e quantas oportunidades tivemos de ser feliz graças a ele. O fato é que até toda essa dor passar (até eu acordar e parar de judiar de mim enquanto remoia o passado) duraram, infelizmente, alguns meses, foi quando minha mãe (nossas mães sempre aparecem para nos salvar) teve a brilhante ideia de enviar-me para um intercâmbio no Canadá, no começo eu pensei que era impossível, eu não tinha passaporte e nunca havia saído do país, ninguém da minha família tinha, mas depois as coisas foram se acertando e eu comecei a correr atrás de tudo e quando vi já estava lá em Montréal. Tinha tudo para ser perfeito mas nem tudo de fato foi, era a primeira vez que eu viajava sozinha e senti muita falta de casa, da minha irmã gêmea, que até então sempre tinha viajado comigo em viagens pequenas geralmente de visitas a parentes, eu nunca havia saído do país e o desespero foi batendo, eu conversava com o ex quase que diariamente e me iludi acreditando que iriamos voltar. Vocês podem estar se perguntando.. Mas não foi ela quem terminou? Foi mas, não se deixa de gostar de alguém de uma hora para outra então tudo o que eu mas queria era voltar ao Brasil (ironia essa porque agora domingo a noite.. como eu queria estar em Montreal) meu único consolo em terras estrangeiras se chama Ana Isabel, minha querida amiga Bel, uma brasileirinha que graças  a Deus estudava comigo,  que me consolava e me incentivava a aproveitar a viagem. Bom, ela salvou o que restou dela quando eu resolvi aproveitar, visitamos praças, parques, o porto de Montréal, museus, o Festival de Jazz, fomos a um pub, conhecemos novas pessoas e etc... Voltei ao Brasil com a sensação de estar renovada e feliz. As coisas por aqui continuaram as mesmas e como previsto o ex continuou a ser o ex mas, depois dessa viagem eu disse a mim mesma, a Deus e a minha mãe que a partir daquele momento eu trabalharia duro 11 meses para poder aproveitar as férias em um mês viajando, explorando e sendo feliz mundo afora.

Porque viajar é isso... é termos um tempo para refletir, pensar melhor e aproveitar a vida, buscar aventuras, é degustar novos sabores, explorar novos lugares, conhecer gente nova e/ou melhor aqueles que julgamos conhecer, explorar novas tradições, costumes e culturas, treinar idiomas, entender a história que quando criança não víamos sentido em estudar no colégio, viajar é uma passagem, uma tranformação, é percorrer um caminho e lá na frente perceber o quão melhor estamos graças às experiências vividas. É isso que aqui eu quero dividir com vocês.

Seis meses depois do intercâmbio, conversando com uma amiga italiana Sara que estudou comigo e com a Bel em Montreal, ela mencionou que quando eu fosse a Europa não poderia deixar de passar pela Itália para visitá-la. Eu não poderia perder essa oportunidade não é?! Ofereci-me para ir conhecer a Itália nas próximas férias. Estava decidido então, o próximo destino e os detalhes vocês acompanham por aqui...  
 
E a gastronomia? Bom, a gastronomia virá com a degustação de comidas típicas de viagens após viagens.

Até o próximo post.
Saúde, sucesso e sorrisos =)
Gabi